Rússia. Sampetersburgo e Moscovo
Esta Rússia imensa que se estende da Europa ao Extremo Oriente tem em Sampetersburgo e Moscovo as cidades mais importantes. Sampetersburgo é imperial. É dimensionalmente grande. Um regalo para os olhos. A sua principal avenida - a Nevski Prospekt, de 4 Km de comprimento -faz inveja a qualquer avenida da Europa Ocidental. Aqui se encontram os principais monumentos, lojas de roupa e restauração de marcas internacionais, esplanadas completamente cheias e muita, muita gente a passear-se nesta que mais parece uma “passarela”. Num dos extremos da avenida encontra-se provavelmente aquele que é o edifício mais conhecido da cidade – o Palácio de Inverno onde se encontra a funcionar o museu Hermitage. De de tão grande que é, precisa-se de pelo menos um dia, para visitá-lo. De tamanho igual são as filas para entrar que desencoraja qualquer um, que tem apenas 2 dias para visitar a cidade.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguipsgjtQHGMp1yi0_J0To8lbS_6zbQ3dLt6sqWKx0DYNENOzNAUPCChmu7hE0FHxq5nduIqDPs7uL4bhlS_M1zJ96QE4odZkD2ouMuaFo33nAMXFvQKp4Llb53qWWS7g4nlb4ZMVJ5EuP/s320/Sampetersburgo+005.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOwDdH4l2UZ2GDdesn3ByGUQNZiuP9b1Qzp4WY9quQIw7hfjr7S3KNq45Aria_97VzZhRzvMTnscCreNg0xJ8KlKdIHgyu6mX7zzc_F6fS9QVrESAofKO1eOmXcUkTijqCsgEMPXuvlReK/s320/Sampetersburgo+050.jpg)
O edifício, residência dos antigos Czares da Rússia, situa-se numa das extremidades da Praça do Palácio, a maior da cidade – seriam precisos, 10 campos de futebol para preenche-la. Um ser humano sente-se uma formiguinha, tal é a sua dimensão. As entradas ao interior de cada monumento são pagas a “peso de ouro” (entre 6 e 10 euros), coisa que para um mochileiro como eu, se torna proibitiva, já que este burgo possui cerca de uma dezena de locais de interesse turístico. Mesmo assim vale a pena o passeio pela cidade, quanto mais não seja para visitar a catedral de São Isaac, que de tão grande suporta a capacidade de albergar cerca de 10000 pessoas.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6GYP0N1_pY1MuHAs9QlmprR3quC8wPBOJWmDP_NMS_HoEABmmq27_0CbXdU5Oq0jMjQCYblT96ybd-ByhSJmJZR8op-C-PVBNNacYrn_gDAcburrT23VhjTeQsTcUTkSqmWrhDoqbiU3H/s320/Sampetersburgo+053.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHCkO6yCd7oeq8pBjUclyWpP4roj2UvcJsVPUYbQeh9wJyuWWzR8cKorm1g6unXRdu_EY9AMhWf5RP5osacdiWGNh7hTWTlEz7yGV2zDB4v7RqU12V6g1ckSbEu-bRlrTX6DsdacryNFUX/s320/Sampetersburgo+048.jpg)
Aquele que mais gostei, foi sem dúvida alguma, a catedral da Ressurreição de Cristo. Foi inaugurada em 1907 em homenagem ao Imperador Alexandre II, no preciso local onde ocorreu um atentado terrorista que levaria à sua morte. As suas cúpulas em ouro e completamente ornamentadas são símbolo da igreja ortodoxa. Algumas práticas, divergem um pouco do catolicismo começando com a veneração apenas a Jesus Cristo e Nossa Senhora. Os crentes aquando da celebrações dominicais, benzam-se 3 vezes, fazendo um gesto continuo de cima para baixo e da direita para a esquerda, inclinado o tronco à frente. As senhoras não entram na igreja sem colocar um lenço sobre a cabeça e o pároco oferece a hóstia com uma colher de boca em boca, coadjuvado por um sacristão que limpa de seguida com uma toalha que não é trocada. Nada higiénico, sobretudo, nos dias de hoje, com aumento diário dos casos de gripe A.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJkV7jC4OZ2YgRMD8wbfU_wtmjPOwK_VEbm7jgFt0giMknRBjI0JrmYUW3pdVmsCWfv9ufp2l3_WpM5aezWBSBYpbvYQaUZHITL-kLNYybGT_UC7QHGHHYILEkPI9gsdMD02W1gYeZZRcX/s320/Sampetersburgo+090.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs_g2ysmQZlTu_T2e6y96m9nQ45ekLzLVgoTK09uZ65ZvzMMrYsiF-I-7a_A3z-wLh1yG_cR6utLofjNJwhbqUz7kQ2Ms57I7H8EKdRPaEQDSPUkW-nKp8LRIaPPIryIGSZzyfr9a5DcIZ/s320/Sampetersburgo+010.jpg)
A cidade construída sobre o delta do Neva, dividida por dezenas de pequenos rios e canais é muitas vezes denominada como a “Veneza de Leste. Uma viagem pelos seus canais dá-nos uma perspectiva arquitectónica diferente, mas a sua beleza deixa muito a desejar. Na minha opinião, apenas dois são dignos de registo: O canal de Inverno e o dos Cisnes. Muitos são os noivos que como lembrança do dia mais importante das suas vidas se deslocam a este canais para aí registarem esse momento. Imaginar-se-ia que com tanta espectacularidade monumental, também as inúmeras pontes que ligam as diferentes margens seriam igualmente belas. Desenganem-se os mais curiosos, pois aquela que mais chama a atenção é a ponte Bankovski – os cabos de 25 metros são suportados por 4 cavalos alados de asas banhadas a ouro. A ponte não é grande, mas não deixa de atrair muito turistas.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJKdM7x3yTSt1oHtrvnIYbpD4PHag3p4dIbDNAa1ydBRltYHwynPoJvd9d_45uYB2jRIrWIEY4aK-BLqWqZNNo2SPtpmMBJrFO5yBwdXsx-mewdhvAnLjtXcHsQMsm-NHJF6isSmO3Yz0v/s320/Sampetersburgo+093.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaB2NwTQbt7laxntKNesP6yQiq5SX5UmABQcVq5urm5OE8ICSGfzOHvNQTmWazuQPjudoo9ZZCwM6Uoi6MJUvlK6hoRBenUlKObtIVzkhfYlNg16aJpnHkMCSFRuCUF3ABQSJ-hz-DdRce/s320/Sampetersburgo+058.jpg)
Numa das margens do Neva encontra-se o Forte de Pedro e Paulo – datado de 1703 e o mais antigo da cidade -, foi mandado construir por Alexandre o Grande para defesa contra as ofensivas suecas. Contudo, nunca serviu os seu intentos e até 1917 foi utilizado como prisão política. A sua principal atracção é a catedral de Pedro e Paulo decorada internamente em estilo barroco. Todos os dias ao meio-dia um disparo de canhão entoa todos os recantos do forte assustando todos os visitantes, mesmo os mais informados. Outra experiência gratificante passa por viajar de metro. À semelhança de Moscovo, é também, debaixo de terra que se encontram verdadeiras maravilhas arquitectónicas. Aquela que maior impacto cria é a da estação de Dostovskaia, lembrando mais um Lobby de qualquer hotel de 5 estrelas do que uma estação subterrânea. Uma visita ao Metro está cada vez mais nos roteiros turísticos da cidade.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwqfbvbazm-bdKg-2Eur7s6o2y91jT-7jDHrwC-puIjcVCJ2GVsqp8N0ecP_8aw_mc0E1fIw4tnPdB1aXQs2XABCfgLP01ZrYItmsgG1Xrp9BryV0DBk5SnFKTKYY_T0E0fOQkUUEf2Bw5/s320/Sampetersburgo+042.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiez77rjEajv9ChbeVVPT4d5bhu5X6mmVAX9gvzR4oNLhZBN979VjkZEJsGApWFBzPadf6kDDtHUdbLLAKinUYrhWvetkWVyrDwGxU0-qKQIZZeJa2O3j9-BEz_BQklXkgHB1ff-_zvthu3/s320/Sampetersburgo+066.jpg)
Embarco no comboio nocturno – o expresso “Smena” com destino a Moscovo. As 8 horas que me separam da capital são passadas a dormir num compartimento com 4 camas e muito boas condições de higiene. As 10 ligações diárias entre as duas cidades circulam praticamente lotadas, sendo por isso necessário reservar o bilhete com antecedência. Viajar na Rússia de comboio é barato, e confortável e por isso, este é o meio de transporte de eleição dos russos, mesmo dos mais endinheirados. (há comboios até 4ª classe). Chego às 08:00 e instalo-me no “Napoleon Hostel no bairro Kitai Gorod, o mais antigo de Moscovo. Foi edificado no século XII para servir como centro de comércio e finança. O Hostel fica no 4º andar de um prédio velho, cheio de lixo amontoado no chão dificultando a passagem. Mas foi por ser Domingo. Houve uma festa no dia anterior num dos apartamentos e a equipa de limpeza só passou Segunda-Feira de Madrugada.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9_-gBBamcKDThXpjmd6yOn50_oIncbAP0pdN1ntWEyFx5re-jcRpNBlHccM8W9_sUwlF4Kj2l6aFH5oqkvX8VzieH1KSeLhKi3IOqQu4PGpW7f-MDg525L0vgxsLWwD5sX35iBTPLlfgO/s320/Moscovo+003.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhI9IA6Qv9R5OGOBCjLBaCPFrL1sqo48L8pgujS0AL1LmdW_8qkQ2u8Xdlt0JrqmaPm1yWuOYAxLKEOabe16Q9V2MDn6ab_8Zfa00GaV0oCmBV2_-zuZTlggl1CW6BduS6jdo4Ng56LGmxE/s320/Moscovo+077.jpg)
Moscovo é algo diferente. Vê-se no rosto dos transeuntes que está dividida entre a Europa e o Oriente. E não tem toda a monumentalidade da sua parceira báltica. Aqui os locais de interesse turísticos resumem-se a uma mão cheia. Contudo não deixam de ser imponentes. Fico maravilhado no meio da enorme Praça Vermelha (700m de comprimento por 130m de largura). O seu nome não tem, ao contrário do que pode pensar, a ver com o comunismo ou com sangue. Em russo antigo significava “Bonita”. E na verdade é o que eu sinto, uma imensa felicidade por estar rodeado de monumentos tão belos – catedral de São Basílio, museu nacional de História, Kremlin e mausoléu de Lenin. A Praça servia de cenário, nos tempos do comunismo para desfiles militares, exaltando o poder militar soviético. Aliás, das poucas imagens que tenho da então União Soviética e aquelas que serviam de propaganda política, são as desta Praça. Não foram desfraldadas as minha expectativas.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUO7RrZNZW3GaH3VozkgYpkZOW8R3TUg5xI67x3fPuoaiuXbyxXF3Ac1Hz_dlx_g4a2e2S7NDY73wWaLtGCAM5CFQn48vkeXlqPK-f-igHjWZh7dLGus95F_FtMXr0D_oLw7xHISCPZys7/s320/Moscovo+067.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbwtGL-KEv-sTZwx2j0E_201kYoPmjv4SpWuhgCpZnYyoyaE_iO4tztqJIfRGjT_L3yPHHsn1DTUJWwmJELBZ4PuPrCqIW5JL60EaC0GAWiHGl0pTgKJAFvROB1XvTdAcK6kJWZCpRm-R4/s320/Moscovo+127.jpg)
Conheço o Paul um norte-americano de 50 anos de idade, solitário viajante como eu e com os mesmos interesses: beber da cultura e da história dos países que se visita e ao mesmo tempo “have fun”. Visitamos o Kremlin, que em russo significa fortaleza. O conhecimento de Paul sobre história europeia é diminuta. Não é para estranhar num país em “grande parte dos habitantes não sabe o nome do navegador que descobriu a América,” comenta um neozelandês meu “room-mate”. Fortemente policiada e direccionando os turistas para aquilo que apenas é permitido visitar, esta fortaleza de quase 30 hectares, tem mais fama do que proveito, de acordo com a minha modesta opinião. Impressiona-me a Torre do Salvador a estrutura mais alta do Kremlin, o Palácio Governamental, onde czaristas, comunistas e democratas têm tomado decisões (boas e más) sobre o futuro da nação, a Igreja da Deposição do Robe, pela sua singularidades e os belos jardins cobertos por arranjos florais de rara beleza.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ4wCGXIXmm7HNETaOHiV5kEgcZpmK7jHldhRjOcZHYm1RV6qokY3_7zish6spP_1CoAcQcdiNdbMvTHEnUsOKfqhe-D4VhnpgFNUMec8EoFYJs3i6MtmiKngh3PvUzeLPYAF4VG52iHZg/s320/Moscovo+034.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGZ5OsqWHcurlb_MGKX1178l1XMEOfEF9Uw0B06sOLW7bibUqEQ7vbgVBC8YfOsXcSS8q-6Dq0ZbxySCnGUKdpv6WDcBvIuHMvS_NrJAkHix5ixmXYnZjb0rFd_abpRfyyUuxMrgYIgLJa/s320/Moscovo+048.jpg)
Quando visito uma cidade procuro fugir um pouco aos percursos sugeridos pelos postos de turismo. Eles sugerem-nos o que querem que vejamos. Deixo-me envolver pela a arquitectura dos locais, olhando-a atentamente, repouso em bancos de jardins observando hábitos e costumes, e neste caso, tentando descortinar o significado de sons e letras que não possuímos, mas que caracterizam o alfabeto cirílico. Caminho por entre muitos jardins todos cuidadosamente arranjados como se nós, comuns mortais, estivéssemos preparados para uma cerimónia importante. Esse é aliás um dos motivos que leva centenas de pessoas a passearem-se por eles. Mas também procuro seguir sugestões dadas e a visita à rua Arbat – um verdadeiro mercado de arte a céu aberto -, proporcionou-me apreciar a sensibilidade de pintores de retratos instantâneos, malabaristas e músicos ambulantes, num passeio muito agradável.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjDd_ahAwO3c39pPPp-CPNFNI5RIuufk-Jfmv8fIj8vMD3FrJxb5ytt3CsMuVf2xU1NSe9ti8-xr5Z16uObwcUV6M6ZNMgB1KIcSkmVux3nUGqvS-Ya3ihKY5i6lJ4HSAap_9oH1Ze5WiR/s320/Moscovo+044.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz_WarSqjBGA0-Lgy013hYGNgxFCt9TgjroQz-4KgGj7Xy_UzIbOe5Xxr6C31zrxseFcqkmX9mizV16zlUqGoAV3cBzFnYdY6w5rZlay7wEEyj2l_i_ITIc9Dhx5WhQNK4UdnKXGJFDLCI/s320/Moscovo+107.jpg)
Espero numa fila duns bons 500 ou 600 metros para visitar o mausoléu de Lenin. Alegro-me por ser o primeiro, não por ter algum gosto especial por ver um corpo embalsamado mas, simplesmente, por não gostar de perder tempo em bichas. Impressiona-me ver o corpo no centro do sarcófago, severamente guardado por 4 polícias pressionando-nos a andar mais depressa. O corpo nem parece que foi embalsamado há 85 anos tal é a clareza e a nitidez de todos os traços da face e mãos do ex-líder comunista – únicas partes do corpo a descoberto. A catedral de São Basílio, construída entre 1555 e 1561, é talvez o maior cartão de visita da Rússia. Quem não associa esta imagem a Moscovo? Os visitantes ficam hipnotizados com a “confusão” de cores vivas e fortes, que vistas do céu se parecem a um arco-íris redondo. No seu interior, mantendo a diversidade de cores, destaca-se as paredes cuidadosa e perfeitamente ornamentadas com imagens de Jesus Cristo, Maria e figuras relevantes da igreja ortodoxa.
Comentários
Enviar um comentário