Viagem 2010 - Istambul

Escolho Istambul como a primeira paragem do meu Tour ao Médio Oriente. Esta cidade milenar, sempre foi cobiçada pelos principais impérios, dada a sua excelente localização geográfica, um ponto de paragem, obrigatório das principais rotas comerciais entre a Ásia e a Europa. Já se chamou Bizâncio na época de domínio grego, Constantinopla quando, em 330, o imperador romano, Constantino, mudou a capital do império para Este e por fim Istambul, quando, em 1453, o imperador Mehmet conquistou a cidade para os Otomanos. A cidade é enorme e os seus 16 milhões de habitantes, envolvem-se num ritmo frenético, preenchendo ruas, avenidas e bazares por meio de encontrões inesperados. Os turcos são maioritariamente muçulmanos e é uma delícia deixar-nos envolver pela forma simples de regatear um preço e pelos sons do Almuadam, chamando os crentes
para as orações do dia.
 
Os turistas acotovelam-se para visitar os principais pontos de interesse. Lá consigo entrar na Santa Sofia. Mandada edificar pelo imperador Justiniano, foi o principal local de fé cristã até à chegada dos Otomanos que a converteram numa Mesquita. É realmente imponente. Sentimo-nos uma formiguinha no interior de colossais colunas que suportam cúpulas minuciosamente ornamentadas. Sigo para a Mesquita Azul que não fica atrás da grandiosidade da Santa Sofia. Era essa, aliás, a intenção do Sultão Ahmet I, ordenando que fosse construído um santuário que rivalizasse em tamanho e beleza com a Santa Sofia. A ver pelos inúmeros crentes que entram para orar, após o chamamento e turistas que vão para apreciá-la - sem no entanto, entenderem muito bem os fundamentos do Islão, as intenções do Sultão foram satisfatoriamente alcançadas.



Este era o antigo centro desportivo e social de Bizâncio e Constantinopla. Aqui celebravam-se inúmeros festivais e o mais apreciado era a corrida de quadrigas, muito populares durante o domínio romano. Preservada até hoje está a coluna de onde se assinalavam as voltas percorridas bem como o local de inversão de sentido de marcha. Os locais de maior interesse turístico encontram-se, basicamente, todos no mesmo quarteirão, a poucos minutos de distância. Por isso chego rapidamente a Basílica Cisterna. Esta extraordinária estrutura subterrânea, datada da época do imperador Justiniano, armazena mais de 80000 metros cúbicos de água enviada para o palácio dos Sultões mesmo quando, em tempos idos, a cidade se encontrava cercada por tropas inimigas.


Decido não entrar no palácio dos Sultões. Pedem-se um preço exorbitante, para um mochileiro que está em início de viagem e que terá outros lugares mais interessantes onde investir o dinheiro. Por isso, decido visitar a Beyoglu a norte do Sultanahmet. Ponho-me a andar, sabendo de antemão que não seria tarefa fácil. Como tenho todo o tempo do mundo, ando devagar, apreciando o rebuliço da cidade e das suas gentes. Atravesso a ponte Galata e aprecio no horizonte as linhas das majestosas mesquitas, Yeni, Suleymaniye e Rustem Pasa. Interrogo-me, para servirão tantas mesquitas e ainda por cima muito próximas umas das outras? Lembro-me de repente que com uma população maioritariamente muçulmana, as existentes, são capazes de não satifazer a procura. Continuo a caminhada em direcção à Praça Taksim passando pela imensamente movimentada avenida pedestre Istikilal Cadessi. Este é a principal artéria comercial da Istambul hodierna, prenchida igualmente por embaixadas, igreijas e elegantes casas residênciais.


Por fim deixo-me envolver pelos mercados, em tudo similares aos árabes que encontramos em Marrocos ou na Tunísia, por exemplo. Começo pelo mercado de especiarias, também conhecido pelo mercado egípcio, devido ao facto de inicialmente se cobrarem taxas sobre os produtos que vinham do Egipto. No seu auge, era a última paragem das caravanas de camelos que faziam a rota da seda entre a China e a Pérsia. Passo de seguida, ao Grande Bazar. À semelhança do de Marraquexe uma bússola ou um aparelho de GPS em nada ajudaria um transeunte que naturalmente se deixa perder por entre, luzes, cheiros e sons inebriantes. Este mercado, referida em alguma bibliografia, como o Souq mais famoso do mundo, alberga cerca de 4000 lojas com os mais variadíssimos artigos que se pode imaginar. Termino este percurso andando pela principal rua do mercado de Arasta conhecido pelas suas lojas de tapetes e belas peças de cerâmica. Esta histórica zona foi construída, inicialmente como fazendo parte do complexo arquitectónico da Mesquita Azul.



Comentários

  1. Mano, que tal esse tour? Já vi a postagem da Turquia. Fotos muito bonitas. Já sei que estás no Líbano.Tem cuidado com o que metes no blog. Não salientes facções minoritárias nem salientes líderes religiosos. Os americanos controlam a rede toda. Ainda ficas retido..... bjs e bjs da Carla.

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